Fotos: Arquivo Pessoal
Cuidadosa com a saúde e regrada com as atividades físicas, Maria Izaltina Ferreira da Silva, 90 anos, era apaixonada por costura e começou a fazer roupas para os filhos e para ajudar no sustento da família. Maria costurava de tudo e, em época de desfiles farroupilhas, ficava rodeada de bombachas, vestidos de prendas e camisas de centros tradicionalistas. Seu ateliê era a sala de casa e era lá mesmo que ela atendia os clientes.
Foi nesse ramo de tecidos, linhas e agulhas que a idosa se aposentou. Além de trabalhar muito durante a vida, Maria criou os seis filhos: Valmir, Almir, Ademir (já falecido), Alcir, Silzamar e Lucimar. A costureira morava com a caçula, que seguiu os passos da mães e, hoje, é costureira.
Maria foi casada por mais de 60 anos com Claudionor Pedroso da Silva (falecido). Os dois eram jovens quando se conheceram. Maria dava aulas para a comunidade onde morava, e Silva frequentava a classe. Aos poucos, os dois foram se apaixonando e se casaram.
- Eu ajudava a mãe a cuidar do pai quando ele adoeceu. Eles moravam em Itaara, na chácara que o pai comprou há mais de 40 anos. Mas, quando ele faleceu, ela não tinha condições de ficar lá sozinha, e eu a trouxe para Santa Maria para morar comigo. Até os 87 anos, ela era independente, caminhava sozinha e se virava nas tarefas domésticas - recorda Lucimar.
Maria sofria do Mal de Alzheimer e precisava de cuidados redobrados por parte da família. Em alguns momentos, precisava ser carregada no colo por não conseguir caminhar. Eram os filhos que, normalmente, levavam a mãe nos braços para onde ela necessitava ir.
- Às vezes, os meninos não estavam ou não podiam vir aqui, e eu mesmo a carregava. Nós nos dávamos muito bem. Eu sabia que ela me considerava como um filho, e eu a ela, como mãe. Passávamos horas conversando e rindo - lembra Oreci Maciel de Menezes, marido de Lucimar.
Nascida em Júlio de Castilhos, Maria se mudou para Itaara com o marido, a trabalho. Muito alegre e sorridente Maria tinha paixão por cozinhar, hábito que cultivou até os 84 anos. Na cidade serrana, fez diversos bolos de casamentos e de aniversários, além de estar sempre inventando alguma comida nova para agradar a todos que esperavam ansiosos por seus famosos quitutes.
A idosa também gostava de estar muito bem informada lendo jornais e vendo as notícias pela televisão. Sua casa era um ponto de encontro dos 20 netos, 21 bisnetos e dois trinetos, além dos amigos e conhecidos. A costureira faleceu em casa de causas naturais, em 21 de janeiro, e foi sepultada no dia seguinte, no Cemitério São José, em Itaara.
Morreu jornalista Patrícia Saideles
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As informações sobre falecimentos podem ser enviadas para natalia.zuliani@diariosm.com.br ou pelo telefone (55) 3213-7122